E o maior super-herói de todos os tempos enfim volta às telonas. Em seu sexto longa metragem será que Superman conseguirá reavivar aquele sentimento que inspirou gerações e o fez o maior ícone da cultura pop do nosso planeta? Será que ele será para a Liga da Justiça o que o Homem de Ferro foi para os Vingadores?
Em primeiro lugar, acho que não é novidade pra ninguém, que esse filme ignora os filmes do final da década de 70, 80 e mais recentemente 2006. Reconta a origem do herói de forma bem mais detalhada que os anteriores. Posso dizer que aproximadamente vinte minutos do filme se passa em Krypton. Os vários detalhes de sua infância, explicando como ele desenvolveu seu caráter e como foi descobrindo seus poderes e aprendendo a controlá-los ocorre durante quase o filme todo através de flashbacks. Pra mim funcionou muito bem.
Em linhas gerais, sem entregar o enredo, pode ser comparado a um filme de alienígena, muito mais do que os Vingadores, por exemplo. Nesse ponto, eu penso que o diretor arriscou-se um pouco. Considerando a dificuldade que todos os diretores de todas as versões cinematográficas, ou nos desenhos, Smallville, ou escritores das revistas tem ou tiveram em estabelecer os limites dos poderes desse personagem, principalmente no que diz respeito à sua força, e adicionar alienígenas, outros planetas, etc. não é fácil. Mas por incrível que pareça a fórmula funcionou bem.
Por falar em definir ou ponderar os poderes dele, eu acho que Zack Snyder conseguiu se dar muito melhor que todos os anteriores com folga. O filme não perde tempo tentando demonstrar o quanto o Super consegue carregar “nas costas”, nem fica se preocupando em explicar demais como funcionam seus poderes. Nas poucas vezes que isso é mencionado ou explicado “é assim por que é assim”, ou em algum momento, a atmosfera/condições do planeta Terra o fazem assim.
A historia é coerente, e se não fosse o Superman, poderíamos dizer que foi uma historia arroz com feijão bem feita, no entanto o diretor arriscou algumas manobras que mexeram a essência do personagem, e já digo isso pensando que alguns fãs mais conservadores vão arrancar os cabelos, porém, me julgando um fã intermediário gostei muito.
Com relação à fidelidade desse filme com suas origens (as diversas versões) dos quadrinhos, eu não arrisco comparar, pois não li muito Superman, porém no meu vago conhecimento entendo que em linhas gerais esta respeitando. Obviamente, algumas pessoas mais familiarizadas dirão coisas do tipo “espere um pouco, a algema que colocaram no Zod não é vermelha com bolinhas azuis, é laranja com listras amarelas”.
Com relação ao elenco, posso dizer que Henri Cavill (Super/Clark) interpretou muito bem e ele está bem parecido com Tom Welling de rosto. Fisicamente o cara é um monstro (2x o tamanho que estava em Imortais). É uma responsabilidade tremenda interpretar o Superman e um desafio sem igual superar Christopher Reeve. Não vou compará-los, acho que não seria justo. Sou muito fã de Reeve e sempre o teremos em nossos corações, porem Cavill mandou bem e acho que merece continuar usando a capa vermelha por alguns anos. Claro que além da piadinha clássica que ele é filho de dois Robins Hoods, podemos dizer que os dois atores de “alto calibre” fizeram sua parte. Lois Lane, interpretada pela atriz Amy Adams, muito conhecida por… bom, não muito conhecida na verdade, também fez bem seu papel, agora, algo que descobri acidentalmente um dia desses que poucos sabem é que essa mesma atriz já teve contato com o homem de aço em seu currículo: Smallville Temporada 1 episodio 7 como Jodi Melville… pois é, ela já foi aberração de Kryptonita antes de se apaixonar pelo Super de Cavill! Outro detalhe curioso no elenco são dois figurões do Matrix: Morpheus e comandante Lock, Laurence Fishburne e Harry Lennix nos papeis de Perry White e general Swanwick.
Falando em efeitos especiais, sem sombra de duvidas esse Superman superou de longe os anteriores e arrisco dizer que superou todos os demais filmes de super-heróis até hoje. As lutas são impressionantes e dignas de Kryptonianos. Muitas cenas lembram Neo enfrentando o Agente Smith em Matrix Revolutions e Dragon Ball Z. Pra quem não gostou muito da luta final do Matrix por achá-la fraca (exemplo: eu) não se preocupe… as do Super só lembram: São melhores!
Não posso deixar de mencionar a parte sonora. Assim como o Christopher Reeve, tínhamos John Williams com uma de suas músicas mais marcantes nos filmes da década de 80, que apesar do roteiro ter sido meio furado com alguns “sutís” problemas como o inesquecível Simbolo-gigante-de-papel-celofane-embrulhador-de-Kryptonianos ou a visao-reconstruidora-de-muralhas-da-China, foram elevados a patamares que com certeza não chegariam sem o mesmo ator e a mesma música. No novo filme, não existe uma orquestra de John Williams, no entanto vale tomar em consideração que os filmes daquela época tinham um romantismo e um Superman sendo o ser perfeito por dentro de uma forma praticamente poética. Hoje o Super está mais sério, muito mais sério, portanto a trilha sonora empregada parece bem condizente. Os efeitos sonoros acompanham os especiais bem de perto, estão ótimos!
Pra finalizar, não há cena pós-créditos, pode sair tranquilamente e começar a pensar como eu em que posição do ranking de filmes de super-heróis você colocaria o Homem de Aço.
Em minha opinião, ele foi ótimo, com certeza melhor que todos os cinco anteriores e quando eu penso em todos de super-heróis, eu coloco ele em 6o. lugar, depois de Vingadores, Homem de Ferro 1 e 2, e Batman (Bale) 1 e 2. Numa escala de 1 a 10 eu o considero um 8,5
Dedos cruzados para que isso tudo se converta em Liga!!!
